Segunda fase das dragagens na Lagoa de Óbidos só em outubro de 2017

A segunda fase da dragagem da Lagoa de Óbidos, orçada em 16 milhões de euros, deve arrancar no último trimestre de 2017 e prolongar-se por mais de um ano, anunciou hoje, 24 de maio, a Agência Portuguesa de Ambiente (APA), em reunião pública sobre a Lagoa de Óbidos, que decorreu no Inatel, na Foz do Arelho. “Estamos a trabalhar no projeto para estar concluído até agosto e prevemos lançar o concurso público internacional em outubro, mas o início da obra não deverá acontecer antes de setembro ou outubro de 2017”, informou o presidente da APA, Nuno Lacasta. A obra, orçada em 16 milhões de euros, prevê a retirada de 850 mil metros cúbicos de areia do leito da lagoa, o que, segundo o responsável, “obrigará a que até final de junho tenham de ser feitas afinações nos locais previstos para a deposição dos sedimentos”, previamente acordados com as autarquias de Óbidos e Caldas da Rainha.

A eventual contaminação das areias a retirar da lagoa foi hoje uma das preocupações mais vincadas durante uma reunião pública da Comissão de Acompanhamento. Autarcas, pescadores, mariscadores e associações ambientalistas temem que, durante as dragagens, sejam encontradas areias com um nível de contaminação superior ao previsto pela APA. Nuno Lacasta assegurou, durante a reunião, que os dragados serão monitorizados “antes, durante e depois da obra”, mas admitiu que, mesmo que não venham a revelar-se surpresas em relação aos níveis de contaminação, as areias retiradas poderão sempre determinar o arrastamento do projeto por “cerca de um ano ou ano e meio”, dado terem de secar antes de poderem ser transportadas para os locais de depósito.

Os esclarecimentos foram dados num encontro em que a APA prestou contas sobre a primeira fase das dragagens, uma empreitada terminada em março, após a retirada de 716 mil metros cúbicos de areia. A obra, com um custo de 4,5 milhões de euros, mereceu críticas por parte dos ambientalistas e populares que hoje manifestaram dúvidas sobre o cumprimento do projeto, por considerarem que a lagoa continua assoreada. Os técnicos da APA admitiram que, apesar da intervenção, “a zona da embocadura continua assoreada”, mas Nuno Lacasta assegurou que o projeto foi integralmente cumprido e que, nos canais dragados, a cota do nível de água cumpre os 9,5 metros previstos.

Ainda assim, o presidente da APA reconheceu a necessidade de efetuar dragagens de manutenção para garantir a ligação da lagoa ao mar, mostrando recetividade para “estudar uma parceria com as duas autarquias que já se disponibilizaram para manter uma draga em permanência” na lagoa.

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