
Metropolitana de Lisboa dá concerto “em torno de Beethoven”
Realiza-se, no próximo dia 2 de julho, sábado, o quarto concerto da Temporada de Música de Óbidos, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.
O espetáculo decorrerá no Santuário do Senhor Jesus da Pedra, às 17 horas, e terá música de Beethoven. O maestro será Pedro Amaral.
Ludwig van Beethoven
(1770-1827)
Abertura Coriolano, Op. 62 (1807)
(duração aproximada: 8’)
Sinfonia N.º 8 em Fá Maior, Op. 93 (1812)
(duração aproximada: 26’)
I. Allegro vivace e con brio
II. Allegretto scherzando
III. Tempo di minuetto
IV. Allegro vivace
Intervalo
Sinfonia N.º 4 em Si Bemol Maior, Op. 60
(1806)
(duração aproximada: 32’)
I. Adagio – Allegro vivace
II. Adagio
III. Minuetto: Allegro vivace
IV. Allegro ma non troppo
SINFONIAS PAR
As sinfonias de número par escritas por Beethoven costumam ser relegadas para um segundo plano, sobretudo diante das disposições heroica e épica da Terceira e da Quinta, ou da monumentalidade da Nona. Somente a Sexta, no seu registo bucólico, goza de uma popularidade minimamente comparável. É frequente a opinião de que as Sinfonias Par (chamemos-lhes assim) terão sido compostas em momentos de maior relaxamento do compositor, em resultado da exigência titânica decorrente da produção de cada uma das outras. Também se diz que Beethoven explorou aí a sua personalidade mais reflexiva, por contraste com a faceta dionisíaca que libertou nas restantes. Neste concerto temos a oportunidade de escutar duas delas. São a Quarta e a Oitava, as quais poderão revelar algumas surpresas.
A ideia de que a Quarta Sinfonia é uma obra de ânimo afável e dramaticamente comedido deve-se a comparações apressadas com a Terceira e a Quinta. Schumann descreveu-a como uma donzela grega elegante entre dois gigantes da mitologia nórdica. Na realidade, trata-se de uma partitura com um alcance expressivo bastante mais ambicioso do que aparenta. É certo que não se compara no arrebatamento dramático e na ousadia formal que então rompiam os paradigmas técnicos e estéticos, mas seria um equívoco considerá-la como «um passo a trás», ou pensar que Beethoven abdicou da sua propensão progressista, só porque aparenta recrear-se por vivências mais íntimas e harmoniosas, sem aludir a grandes causas humanistas. Para lá da exaltação poética, há também lugar a ambientes sombrios, movimentos obstinados, pausas meditativas, hesitações cirurgicamente calculadas e demonstrações de força inabalável.
Já no que respeita à Oitava, conta-se que, numa ocasião em que foi confrontado com o facto de esta ter conquistado menos sucesso do que a anterior, a Sétima, Beethoven terá respondido que «assim acontecia porque era bastante melhor». Cabe hoje a cada um de nós esse julgamento. É certo que a Sétima Sinfonia é uma obra espetacular, mas a Oitava é tão bem humorada quanto intrigante. Tem características pouco usuais. Como exemplo, o primeiro andamento apresenta uma construção inesperada. Reserva para a coda – a secção conclusiva – uma duração invulgarmente extensa e a função de construir o único clímax dramático existente. Por sua vez, o segundo andamento deveria ser mais longo e lento, mas Beethoven evitou que assim acontecesse. E por aí em diante! Esta Oitava Sinfonia é uma obra «desconcertante». Por um lado, tudo nela aparenta normalidade. Porém, quando se ouve com mais atenção, levanta pergunta atrás de pergunta.
Bilhete Normal – €7,50
Munícipes do Concelho Óbidos – €5,00
Cartão Estudante e Terceira Idade – €5,00
Alunos e Professores das Escolas de Óbidos – €5,00
Crianças dos 6 aos 12 anos – €4,00
À venda nos locais habituais.