
Ginja passa a ser produto protegido por Bruxelas
O tradicional licor de ginja de Óbidos e Alcobaça passa a fazer parte da lista de produtos com “Indicação Geográfica Protegida”. A classificação é atribuída pela Comissão Europeia a produtos produzidos tradicionalmente numa determinada região.
A classificação “Indicação Geográfica Protegida” tem como objetivo garantir que os produtos foram produzidos na região que os tornou conhecidos e que as características, a qualidade e os modos de confeção estão de acordo com as tradições que os fizeram famosos.
A partir deste momento, a ginja de Óbidos e de Alcobaça faz parte dessa lista, correspondendo a área geográfica de produção da ginjinha aos concelhos de Óbidos, Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Bombarral e ainda algumas freguesias do concelho de Porto de Mós.
O fruto, produzido na região que se estende do parque natural da Serra de Candeeiros até ao Oceano Atlântico, é caracterizado pela sua intensidade aromática e sabor agridoce equilibrado. A partir da ginja é produzida a tradicional e famosa ginjinha, mas também compotas e tisanas, entre outros produtos, nomeadamente no concelho de Óbidos, nas localidades de Amoreira e Sobral da Lagoa.
Acredita-se que a origem deste licor remonta ao séc. XVII, de receita conventual, da qual um frade tirou partido das grandes quantidades de fruto existentes na região, executando o refinamento do licor hoje conhecido. A fórmula foi gradualmente difundida, passando o licor a ser confecionado a nível familiar por obidenses, orgulhosos de presentear ilustres hóspedes com a melhor das ginjas. Mais ou menos alcoólica, doce ou ácida, a ginja é um ex-libris da vila que cede a fama à noite de Óbidos.
Recorde-se que, de 16 a 19 de junho, realizou-se mais uma edição do Festival da Ginja, na localidade de Amoreira, onde foi mostrado um vasto conjunto de produtos, tendo este fruto como base.